10 julho 2006

O Fim do Mundial

E não são só os homens que gostam de futebol... nós também gostamos e estamos informadas :) Não é Pataniscas?

Com franqueza
Bien fait! E viva il pessoaglio della plaggia!
MIGUEL ESTEVES CARDOSO

Futebolisticamente falando, a final foi um anti-clímax depois do belo jogo de futebol em Estugarda. Mas safou-se pela “dolce” vingança sobre os aziagos e arrogantes franciús. Já havia pouca paciência para aquela careca da Zidanha-a-Nova, mas ela esgotou-se completamente com os númerozinhos dela durante o jogo com a Itália.

Já chateava como os franceses, tão prontinhos na pessoa do marioneta Domenach a acusar os outros de cinema, mergulhavam sempre de cabeça para arranjar um penáltizinho que a velha careca pudesse marcar. É a notória “liaison” cabeça/careca. Conseguido o penalti, lá vem a Zidanha-armada-em-Nova com a bolinha debaixo do braço, fazer o número de circo pelo qual se tornou famosa – e que, verdade se diga, faz com muito jeitinho.

Soube particularmente bem porque a França morreu por um penálti. Ah pois claro, podem ter a certeza: foi a paga, por via dos nossos amigos italianos, como bom pessoal da praia que são, dos penaltis que nos marcou nas meias-finais de 2000 e de 2006. Sobretudo porque o penalti falhado que tramou a França não teria sido ratado se tivesse sido a Zidanha a marcá-lo. Hi hi!
Complexada com tudo o que diga respeito à superfície capilar, tinha ser com uma cabeçada que Zidane se despediu do Mundial. A “liaison” careca/cabeça voltava a atacar.

Compare-se com Figo, o outro grande mestre daquela geração. Também Figo deu uma cabeçada no jogo com a Holanda. Mas foi expulso? Claro que não, porque foi uma cabeçadinha pequena e subtil. Não foi a marrada letal dada pela Zidanha. Porque Figo tem cabelo. E não tem raiva. Despediu-se da selecção como deve ser, abraçando Oliver Kahn, aplaudido por todo o estádio. Porque é que a desengonçada da careca não aprendeu com o nosso Figo a sáir com elegância e beleza? Mas porquê?!se não fossem os impropérios gestuais e verbais tão cinéfilos do treinador francês durante o jogo com Portugal, não falaríamos, por uma questão de decência, daquela fita comovente, à altura da obra-prima de Rohmer chamada “O Joelho de Claire”, que foi “O Ombro de Zinnedine”. Como todos os artistas de segunda que, depois de atingirem uma certa idade, fazem todas as noites a despedida de carreira, também a Zidanha quis fingir que saía de maca, cheia de dores, uma Sarah Bernhardt agonizante. Para regressar triunfalmente dez segundos depois, completamente curado.

Assim quase valeu a pena termos deixado passar os franceses! Era muito mais feliz o Portugal que saiu de Estugarda do que a França que saíu de Berlim. Ora toma! Até já me esquecia de Estugarda…
É certo que perdemos sem merecer perder mas os alemães também não mereciam perder e nem um nem outro merecia empatar. Assim sendo, foi quase um jogo Playstation, com dois barras nos comandos.

Como Portugal, a partir de agora, já é uma das cinco ou seis equipas nacionais que podem ser campeãs do mundo, é bom que comece a exercitar as virtudes aristocráticas que este estatuto exige. Perder graciosamente é uma delas e, de facto, em Estugarda estamos já muito, muito longe do mau perder do Euro’2000, que foi reacção de neófitos.
Por muito azarentos que tivessem sido, os 3-1 que levámos dos alemães até constituiram um utilíssimo e pouco custoso exercício de sobranceria: foi o bom perder a baixo preço.
Isto para comparar com o mau perder a altíssimo preço da França. Não há fim para o que nos podemos rir dos francos durante os próximos anos. E com franqueza!
Viva a Itália! Viva Portugal, viva o Brasil, viva Angola e viva o pessoal da praia de todo o mundo! Ganhámos! -->

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